Você sabe o que é condromalacia patelar?
- pilatesfisio
- 16 de mai. de 2018
- 3 min de leitura
A patela é um osso que tem o formato triangular e está localizado na parte da frente do joelho. Ela articula com a parte final do fêmur (tróclea do fêmur) formando a articulação femoropatelar, que auxilia no movimento de flexão e extensão do joelho.
Na superfície articular da patela e do fêmur existe uma cartilagem que tem a função de proteger, amortecer e facilitar o deslizamento entre os ossos da articulação durante o movimento. Como o joelho é uma das articulações que mais recebem carga, está é uma das cartilagens mais grossas do corpo.

Quando está cartilagem está lesionada utilizamos o termo Condormalácia patelar ou condropatia. A lesão pode variar de gravidade, sendo o Grau I: o amolecimento da cartilagem e edema, Grau II: fragmentação de cartilagem ou fissura menores que 1.3 cm de diâmetro, GrauIII: fragmentação ou fissuras com 1.3 cm de diâmetro ou mais e Grau IV: Perda de cartilagem e dano ao tecido ósseo.

Os sintomas que os pacientes relatam é o edema e crepitação retropatelar e a dor anterior do joelho durante atividades como correr, agachar, subir e descer degraus, andar de bicicleta e ao saltar. Entretanto a dor que os pacientes sentem não é originada pela cartilagem lesionada, pois ela não possui terminações nervosas, mas sim das estruturas adjacentes que são sobrecarregadas e lesionadas por estresse como: tendão, ligamento e osso abaixo da cartilagem (subcondral). Quando o paciente sente a dor anterior do joelho mas não possui a lesão na cartilagem é chamado de Síndrome da Dor Femoropatelar (SDFP).
Os fatores de risco para o desenvolvimento da condromalácia podem estar relacionados com fatores intrínsecos e extrínsecos. Os fatores intrínsecos são os anatômicos e biomecânicos. No fator anatômico a própria anatomia do fêmur e da patela podem alterar o encaixe articular do joelho e no fator biomecânico é a fraqueza ou o desequilíbrio muscular que prejudica este encaixe.
O joelho suporta o peso do corpo todo e em algumas atividades como descer e subir escadas e na corrida esse peso pode aumentar em até 10 vezes. E quando a articulação não possui um bom encaixe toda essa pressão é direcionada para apenas alguns pontos da patela, causando sobrecarga e com o passar do tempo desgastes da cartilagem.
Os fatores de risco extrínsecos são relacionados a aspectos não ligados ao corpo, como o tipo de atividade esportiva, a maneira com que o esporte é praticado, as condições ambientais e o equipamento utilizado.
A fisioterapia é uma das principais linhas de tratamento para os pacientes com dor anterior no joelho. Dispõe de vários recursos para cada fase do tratamento. Para a fase inicial de controle da dor pode ser utilizado recursos como eletrotermofototerapia (TENS, Ultrasson, Laser), terapia manual (por exemplo: liberações miofascial, ventosa e mobilização articular), crioterapia, entre outros. Após esta fase iniciamos a cinesioterapia, que são exercícios direcionados para fortalecimento dos músculos estabilizados do quadril e joelho para desenvolver o equilíbrio muscular e garantir uma melhor absorção do peso para não gerar sobrecargas nas estruturas da articulação do joelho. E por último e muito importante é realizado um treino de controle motor dinâmico, para que durante as atividades do dia a dia e durante a prática esportiva o movimento seja realizado de forma correta mantendo o encaixe articular.
A capacidade de cicatrização da cartilagem é muito baixa o que faz a lesão ser progressiva e cada vez mais grave, podendo gerar artrose da articulação do joelho com limitações importantes e muita dor. Por isso é importante buscar tratamento o mais rápido possível.
Referências Bibliográficas:
Álvaro Andreson de Amorin, AMORIN, Andreson ; MACHADO, Fabio. CONDROMALACIA PATELAR: ASPECTOS ESTRUTURAIS, MOLECULARES, MORFOLÓGICOS E BIOMECÂNICOS. REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA, Nº 130. 2005
MELLO,Mônica; POMPEO, Klauber; VAZ, Marco. Inibição muscular dos extensores do joelho em sujeitos acometidos por condromalácia patelar e osteoartrite do joelho – um estudo de revisão sistemática. Fisioter Pesq. 2012;19(2):185-90
Texto por: Dr. Bruno M. Resende Crefito: 3/203288-F
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